PREFEITURA MUNICIPAL DE JOÃO O PESSOA
SECRETARIA DE EDUCAÇAO E CULTURA
ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL LUIZ VAZ DE
CAMÕES
MODALIDADE DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ABERTURA DO ANO LETIVO 2014
RELATÓRIO
DATA:
06/02/2014
1º Momento
Acolhida: Música
Ambiente- Recepção feita pela equipe pedagógica e professores da EJA:
COMPOSIÇÃO
DA MESA
– PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS EM GERAL
Hino
Nacional: Entoação do Hino Nacional – Vídeo Oficial
Direção: Apresentação
de professores e equipe de funcionários.
Orientações
sobre a EJA na organização de CICLO:
A
EJA se organiza em três CICLOS:
1º Segmento (Ciclos I e II) e 2º Segmento (Ciclos
III e IV) no período de 01 ano letivo cada ciclo. Obedecendo a 200 dias com 800
horas/aula e os componentes curriculares da Base Comum Nacional: 1º Segmento da
EJA: Língua Portuguesa - Matemática - Estudos da Sociedade e da Natureza. E o 2º Segmento da EJA: Língua portuguesa –
Artes- Matemática- Ciências-História- Geografia- Ensino religioso - Língua
estrangeira moderna.
Ano
letivo 2013: Retrospectiva
do Ano Letivo de 2013-
Apresentação do Rendimento Escolar
Ciclo
|
Mat inicial
|
Transf.
|
Aband.
|
Aprov.
|
Reprov.
|
Mat. final
|
Ind. Aprov.
|
Ind. Reprov.
|
Ind. Aband.
|
Ind.
Transf.
|
I
|
32
|
00
|
15
|
07
|
10
|
17
|
21,9%
|
31,3%
|
46,9 %
|
|
II
|
52
|
01
|
23
|
21
|
07
|
28
|
40,4%
|
13,5%
|
44,2%
|
1,9%
|
III
|
122
|
04
|
76
|
35
|
07
|
42
|
28,6%
|
5,7%
|
62,%
|
3,2%
|
IV
|
48
|
05
|
18
|
21
|
04
|
25
|
43,8%
|
8,3%
|
37,5%
|
10,4%
|
Total
|
254
|
10
|
132
|
84
|
28
|
112
|
33%
|
11,2%
|
51,9%
|
3,9%
|
Orientações
sobre as Normas da Escola (Diretor Adjunto: Zé Carlos)
Leitura e discussão do Regimento Escolar
2º Momento
Entrega da lista aos professores e chamada
Individual dos alunos por turma para se organizarem na sala de aula.
Atividades na sala de aula: Dinâmica de apresentação
Texto reflexivo:
“OS
CAMINHOS NOTURNOS DO APRENDER”
“Gosto
de acordar cedo, quando as ruas ainda estão vazias e ainda se ouve o silêncio e ver a cidade vagarosamente despertar. Pelo
meu caminho vou encontrando as donas de casa, varrendo calçadas, ou reunidas em
torno de suas vassouras, conversando. Rostos já conhecidos, nos pontos de
ônibus, sempre à mesma hora a caminho do trabalho. Passam os trabalhadores,
radinhos de pilha ligados, gozando seu cigarrinho que lhes fala de liberdade,
este pequeno espaço que se esvai na fumaça. Os pais passando apressados levando
seus filhos para escola. Começa o tempo do trabalho. Em tempos idos as fábricas
se encarregavam de acordar os preguiçosos da sonolência, com seus longos
apitos, dizendo que já era hora. Hoje os apitos se tornaram obsoletos, pois
cada um, sem o saber, carrega o seu no pulso, vistosos mostradores japoneses
com inúmeros botões, que cantam o tempo a cada quarto de hora. Imagino que nas
casas os fogões se acendem, a água ferve, o café é coado, a manteiga é passada
no pão, e os corpos ressuscitam do torpor do sono e do encanto dos sonhos para
o tempo do dever: É preciso trabalhar. E aos poucos, o tempo das lojas, dos
bancos, das contas a pagar, das fábricas, vai se apossando do corpo que é possuído
pela luta implacável pela sobrevivência.
Quando
o dia vai chegando ao fim, o movimento se inverte e os rostos cansados fazem o
caminho contrário, para a sopa, a novela, a leitura, para a alegria do
reencontro ou para a monotonia das proximidades que se esgotaram, para a
solidão, para o sono, porque amanhã é outro dia, e é preciso acordar cedo,
tomar o café, ir para o trabalho...
Mais
é ai que a cidade desperta para outro tempo: tempo dos barzinhos, da cerveja,
da boemia, dos concertos, dos secretos e proibidos rituais oníricos, para o
amor. É também o tempo do escuro, do medo, do terror noturno, das coisas que se
fazem sobre a proteção da noite, da violência, das portas fechadas...
Mas
há aqueles que fazem um caminho diferente, como se fizessem à noite aquilo que
deveriam ter feito durante o dia, e que não voltam para casa e nem vão para
festa. Vão para a escola.
Quem são estes?
Que pretendem?
Quais os seus sonhos ?
Luta
contra a monotonia do dia ?
Fuga
da solidão?
Procuram,
na noite, um saber que os levará a dias melhores?
Procuram
um tempo perdido?
Estarão
ali, nas salas de aula, na luta contra o cansaço e o sono, a vontade é mais
forte que tudo, enfrentando todos os sacrifícios, porque estão cheios de sonhos
e esperanças?
Serão
os pobres que a pobreza obriga a trabalhar de dia, só lhes restando estudar a
noite, pagando a educação com aquilo que ganharam?
Ou
serão outros, abastados, mas que não encontraram um sentido para vida, e
procuram tardiamente aquilo que deveriam ter tido muito antes?
Serão
os moços?
Ou
os velhos?
Talvez
uma mistura de tudo...
E
ali, na sala de aula, diante dos seus alunos assentados o professor sensível
poderá perceber que ele se encontra diante de muitos mistérios. O saber que ele
serve será comido por bocas muito diferentes. Umas, famintas, desejosas de
mais. Outras, enfadadas, por estarem ali só com seus corpos. Parodiando a
Cecília: ‘os corpos naquelas salas, as almas por longes terras...’
Talvez
ali que, nas salas da escola noturna, a alma da nossa gente com todas as suas
contradições, esperanças e equívocos esteja mais presente que nas escolas do
dia...”.
Rubem Braga
Regina Celi
Delfino da Silva
João Pessoa,
12/03/2014
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